Cães estão desenvolvendo problemas comportamentais devido à quarentena
Pesquisa indica possível aumento na ocorrência de quadros de alteração comportamental em cães durante a pandemia.
Uma pesquisa realizada pela Dog Trust, na Inglaterra, envolvendo mais de 6.000 donos de cachorros, mostrou que 26% dos animais estão tendo algum comportamento diferente devido às restrições de isolamento.
Os donos foram submetidos a uma série de perguntas sobre a rotina, os passeios, o enriquecimento, o tempo que os animais ficam sozinhos durante a quarentena e o quanto ficavam antes desse período. Como resultado, mais de 50% dos tutores relatou que seus cachorros mudaram muito. Além disso, as caminhadas diminuíram devido às restrições e mais de um quarto dos cães apresentaram problema comportamental durante o confinamento.
Dentre os problemas comportamentais, a ansiedade é o principal. Houve um aumento de 82% nos relatos de cães que choravam ou latiam enquanto um membro da família estava ocupado, aumentou em 54% as declarações dizendo que os cachorros estavam se escondendo ou se afastando quando eram abordados e também aumentou em 41% o número de donos que disseram que os cachorros ficaram mais pegajosos ou seguindo as pessoas pela casa. Ademais, as pesquisas no Google por "latido de cachorro" aumentaram 48% e "mordida de cachorro" em 40%, o que sugere que as pessoas estavam buscando ajuda para analisar o comportamento canino.
A maior preocupação da Dog Trust é que os pedidos de eutanásia aumentem. Acredita-se que até 40.000 cães podem estar em risco de abandono como resultado da pandemia. A veterinária Rachel Casey diz que o impacto do isolamento social a longo prazo também é uma preocupação, pois consequentemente irá afetar no comportamento do animal quando ficar sozinho em casa novamente. Os principais afetados serão os filhotes que foram acostumados com a companhia de seus tutores durante grande parte do dia.